Bruno Orlandi
Secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos
Convém ao principal porto do Hemisfério Sul, o de Santos, ter o tema Porto & Cidade como propósito de uma cultura inovadora, de modo a dar soluções para problemas de uma região com um rico ecossistema junto à atividade portuária, de históricos graves acidentes ambientais. Qual a prioridade da dimensão humana na sua gestão dos projetos portuários?
É fundamental que o Porto e a Cidade caminhem juntos. O porto não pode ser visto como um elemento isolado da vida urbana, especialmente em uma cidade como Santos, onde o impacto da atividade portuária é direto no cotidiano da população. A dimensão humana é central na gestão do Prefeito Rogério Santos. Estamos atentos às questões de saúde, mobilidade, geração de emprego e capacitação profissional. Hoje, o Porto de Santos é responsável por 37 mil carteiras assinadas, isso significa que 1 a cada 5 santistas trabalham diretamente no maior porto do Hemisfério Sul. Se considerarmos as atividades indiretas, esse número chega aos 50 mil trabalhadores. Uma cidade portuária precisa garantir que os desenvolvimentos logístico e econômico também tragam bem-estar à população, e é nesse sentido que estamos trabalhando.
Como secretário municipal de Assuntos Portuários e Emprego, quais programas o senhor tem para entender essa realidade e estabelecer metas objetivas e estimular a participação popular, na busca de resultados exitosos?
A Secretaria Municipal de Assuntos Portuários e Emprego tem atuado de forma estratégica em dois pilares: escuta ativa e articulação. Realizamos reuniões regulares com representantes das comunidades, sindicatos e setor produtivo para entender os desafios reais e construir ações e políticas públicas. Um dos focos da pasta é promover qualificação e ofertar oportunidades alinhadas às demandas do mercado.
Um exemplo concreto são os Mutirões do Emprego da Prefeitura, realizados mensalmente pelo Centro Público de Emprego e Trabalho (CPET). Somente neste ano, a iniciativa já encaminhou quase 2.500 pessoas a processos seletivos, com a oferta de 942 vagas. A ação reforça o compromisso da Prefeitura em ampliar o acesso ao mercado de trabalho e manter o diálogo direto com a população.
Sustentabilidade é uma pauta universal que também diz respeito à relação do Porto de Santos e a Cidade de Santos, que tem um amplo campus universitário. Na sua gestão, pesquisadores e universidades serão estimulados no trabalho docente, como programa municipal?
A sustentabilidade é, sem dúvida, uma pauta essencial, não apenas no porto, mas em toda a cidade. Nesse sentido, vale destacar que a Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Assuntos Portuários e Emprego, é signatária do Manifesto ESG do Porto de Santos, que une governo e empresas em torno do compromisso com práticas mais sustentáveis e socialmente responsáveis. Considerando que Santos conta com um ecossistema acadêmico relevante, também é papel do Poder Público fomentar essa aproximação com universidades e centros de pesquisa.
A administração é o fator que mais influi na eficiência do complexo portuário santista, muito mais do que a tecnologia. Qual a posição do município de Santos com relação à regionalização do Porto de Santos, ou seja, a gestão pelo Conselho de Autoridade Portuária – CAP?
Acreditamos que a gestão portuária precisa considerar os impactos diretos sobre a cidade, e que a participação efetiva do Poder Público local, por meio do CAP, é essencial para garantir que os investimentos portuários sejam revertidos em benefícios também para a população santista.
Ao encarnar que o ideal político nega a subjetividade das imposições, alimenta os desejos alternativos e abre horizontes, como realizar o sonho do Porto indústria e Cidade das Pessoas?
Esse sonho começa com planejamento, diálogo e ações concretas. A implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Santos é um passo importante nesta direção: uma área destinada à instalação de empresas voltadas à exportação, com benefícios fiscais e aduaneiros, que pode atrair investimentos, gerar empregos e agregar valor à atividade portuária. Ao mesmo tempo, é preciso garantir que o desenvolvimento industrial caminhe junto com políticas urbanas que coloquem as pessoas no centro, com mobilidade, qualidade de vida e oportunidades.

Foto: Instagram @brunogalotiorlandi
O Portogente agradece ao secretário Bruno Orlandi pela disponibilidade e clareza nas respostas, reafirmando nosso compromisso em fomentar o diálogo construtivo entre o Porto e a Cidade de Santos. Seguimos empenhados na busca por soluções que unam desenvolvimento econômico, sustentabilidade e qualidade de vida para todos os santistas e forâneos.
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