Futuro do Porto de Santos e a eleição municipal

Futuro do Porto de Santos e a eleição municipal

Editorial Portogente
09 de Setembro de 2024

O porto tem uma cidade, ou a cidade tem um porto? (dito popular)

Uma questão forte na eleição municipal de Santos é a relação da cidade e o seu porto – o principal do hemisfério sul -, junto a um núcleo com 12 universidades, das quais 4 públicas, entre elas USP e UNIFESP. Deste campus saiu o aviso de que o navio-bomba com potência superiora à bomba atômica de Hiroshima, fundeado na cabeceira do seu canal de acesso, ameaça a cidade. Neste contexto, é preciso debater e atualizar o papel da Fundação Centro de Excelência Portuária de Santos – CENEP, criada em 2007.

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Foto: gerada com Inteligência Artificial

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Sem sombra de dúvida, as interações e conexões dessas estruturas são essenciais para desenvolver relações socioculturais e são fundamentais para lidar com as transições que estão chegando rapidamente. Pois, as universidades têm papel fundamental para o porto como indústria e no desenvolvimento urbano da cidade, bem como no fomento e aprimoramento do empreendedorismo para um futuro sustentável. Ou seja, um processo concatenado com a força da sociedade e o poder local, na era digital.

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Cursos de pós-graduação e realização de pesquisas possibilitam reflexões com dimensão social, no ambiente de forte relação do comércio marítimo e a cidade das pessoas. A relação Porto-Cidade-Universidade está ligada à capacidade de acomodar mudanças tecnológicas e econômicas. É necessário compreender e explorar o cruzamento entre os serviços fornecidos pela cidade, a capacitação do capital humano e a produção e distribuição da economia portuária. A visão do futuro deve considerar porto, cidade e universidade como partes integrantes do mesmo ecossistema.

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O novo modelo econômico do porto-cidade de Santos, operacionalmente regional, deve ser pensado em conjunto com as Universidades, focado em economia circular, tecnologias inteligentes, mudanças climáticas e inovação nos negócios. O porto não pode ser visto como uma máquina que funciona independentemente da dinâmica urbana da cidade e a universidade deve pensar em incluir questões humanas e sociais tornando as cidades mais justas socialmente, viáveis economicamente e ambientalmente inclusivas.

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Nesse sentido e com visão holística, portos são parte de um complexo urbano, ao possibilitarem importantes oportunidades econômicas, através do acesso às cadeias de suprimento global. Como consequência de significativas mudanças tecnológica e econômica, as áreas abandonadas são revitalizadas, como vem ocorrendo na região Valongo-Paquetá, no centro de Santos. Sobre isto, convém destacar, está em curso um projeto com potencial enorme de cultura e turismo, se adequadamente desenvolvido.

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Realizar o salto desenvolvimentista e exitoso dos Guinle em 1892, ao construir a Companhia Docas de Santos – CDS, para receber a então nova geração de navios à vapor, hoje se traduz no enfrentamento das dificuldades para implantar as novas dimensões da tecnologia. O Porto de Santos tem condições para tanto e depende da construção de cais com profundidade superior aos 16 metros. Há projeto e investidores dispostos a construí-lo, na Ponta do Itaipú, em Praia Grande, como extensão da atual estrutura.

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